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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Dízimo - O Que a Bíblia Fala Sobre Isso?

Introdução

Quando nos foi proposto o projeto, inicialmente, colocamos em propósito discutirmos sobre a Escola Bíblica Dominical, no entanto, sendo esta uma agência de ensino, precisa-se de conteúdos relevantes para serem ministrados. Tendo em vista esse nobre propósito da EBD, voltamos o nosso foco para um tema pertinente nos nossos “dias trabalhosos”, onde, de um lado, Satanás, tenta atacar a Fé, a Família, a Palavra Divina, a Igreja, etc., colocando em descrédito, como também “ordenando” lobos com peles de ovelha, para extorquir o povo de Deus; e de outro lado, temos crentes desprovidos de conhecimentos bíblicos e fracos na graça, com falta de ânimo, amor ao próximo, amor à obra de Deus e de fé, condição necessária para agradar a Deus.


Quando o assunto é financeiro, muitos cristãos não estão dispostos a ouvirem ou falarem do mesmo, por acharem que suas únicas obrigações são com Deus. No entanto, muitos desses estão financeiramente derrotados sem expectativas de saída, de uma “luz no fim do túnel”, pois crêem apenas no seu esforço, e ainda acreditam que o dízimo deve ser dado apenas porque é ordenança divina, ou por tradição irrevogável.

A Bíblia deixa claro que as contribuições devem estar presentes na vida de quem deseja ser fiel e obediente à Palavra, não apenas pela “essência da ordenança”, mas pela “essência da vocação”. O dízimo e as ofertas são bênçãos na vida de quem “contribui com alegria”.


Contribuamos, pois Deus se agrada!

I – O Que é o Dízimo


Dízimo e ofertas são contribuições que se tornam uma benção na vida do dizimista e do contribuinte, quando feitos com alegria e singeleza de coração (Mt 12.41-44).

1. Definição de Dízimo

A palavra hebraica para “dízimo” é “ma’aser”, que significa “a décima parte”. O dízimo é proporcional aos nossos rendimentos brutos, isto é, sobre o total do rendimento que temos – pessoa física ou jurídica – ao final de um período, independente dos nossos compromissos financeiros.


Quando olhamos Provérbios 3.9,10, vemos que o sábio Salomão nos orientar a honrarmos o Senhor “com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares".

2. Algumas verdades implícitas no Dízimo


  1. O dízimo é uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos.
  2. Deve ser assumido como obrigação pessoal e como direito.
  3. O dízimo é uma demonstração de confiança na providência de Deus ( Mt 6.32 ).
  4. É uma forma de devolver a Deus, como agradecimento, tudo aquilo que ele nos tem proporcionado, mediante a sua grande misericórdia e bondade, através da nossa fidelidade na mordomia dos bens que Ele nos concede.
  5. Representa a nossa disposição em contribuir com o projeto de Deus aqui na Terra: a expansão do seu reino.
  6. Deve ser dado das primícias dos nossos rendimentos para que através desse ato, possamos demonstrar a Deus, a importância que Ele têm em nossas vida ( Mt 6.33 ). Deus nos enviou o seu único filho como resgate por cada um de nós, através da sua morte na cruz do Calvário, nos dando exemplo e nos ensinando a darmos e devolvermos a Ele as primícias das nossas rendas, daquilo que é necessário para sobrevivermos, com gratidão ( Jô 3.16 ).
  7. Deus nos considera responsáveis pelo manejo dos recursos que Ele nos dá ( Mt 25.15 ).

II – A Ordenança do Dízimo


Malaquias 3.10 a 12 declara:
Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.
Embasados nessa ordenança, analisemos duas assertivas sobre o texto em foco.

1. A Ordem Divina

Temos uma ordenança divina para cumprirmos: “Trazei todos os dízimos”. Debaixo dessa ordem estão todos os cristãos, incumbidos de manterem a Casa do Tesouro com as devidas condições de funcionamento, visto que os que “pregam o evangelho que vivam do evangelho”.

Dizimar não é uma opção, mas um mandamento de Deus, que é como cheiro suave às suas narinas, quando o dizimista “dá com alegria”, podendo “fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra” ( 2 Co 9.7,8 ).

2. O Local da Entrega dos Dízimos

Deus, em sua sabedoria, ao mesmo tempo em que ordena a entrega do dízimo, também indica o local apropriado para ser depositado o mesmo. “A casa do Tesouro”. Seria lá o local ideal e correto para o depósito dos dízimos do povo de Israel. Nos nossos dias, a nossa “casa do Tesouro” é a igreja onde congregamos, onde participamos e oferecemos cultos a Deus.

Muitos sob a alegação de que administra o seu próprio dízimo, ajudando pobres e pagando salários de missionários, “roubam” a Deus, retendo o dízimo para si mesmo.

A Bíblia não aprova tal conduta, pois não existe o “meu dízimo”, mas o dízimo será santo ao Senhor. O dízimo é do Senhor. Não temos o direito de administrá-lo à nossa própria mercê. A ordem divina é: “Trazei todos os dízimos a casa do Tesouro” ( Ml 3.10 ).

III – Exemplos de Dizimistas na Bíblia


1. No Antigo Testamento

O dízimo foi instituído por Deus aos judeus que viviam sob a Lei. O próprio Senhor Jesus reconhecia a autoridade da Lei, pois era judeu e nascido sob a Lei. “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” ( Gl 4.4 ).

  1. Abraão, deu o dízimo de tudo o que possuía e despojos da vitória sobre os reis inimigos, que haviam levado Ló cativo ( Gn 14.20 cf. Hb 7.4 ).
  2. Jacó foi movido a dar o dízimo, pelas bênçãos concedidas a ele por Deus ( Gn 26.22 ).


2. No Novo Testamento

O Novo Testamento não tem citações acerca da obrigação do dízimo, no entanto, a linhas gerais do entendimento sobre as contribuições estão dispostas também na Nova Aliança.

  1. A viúva pobre. “Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no ofertório mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” ( Marcos 12.42-44 ).
  2. Os cristãos da igreja Caminhos do Senhor. “Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade” ( At 2.42 ).
  3. Os cristãos macedônicos. “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos” ( 2 Co 8.1-4 ).

IV - Porque Não Dizimamos?

Alguns motivos nos levam a não sermos cumpridores fiéis dos mandamentos e ordenanças de Deus, principalmente na questão do dízimo.

1. Falta de Fé

Hebreus 11.6 declara que “sem fé é impossível agradar-Lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que O buscam”, nos levando a crê no poder de Deus de recompensar a todos os que de alguma forma contribuem para o desenvolvimento do seu reino aqui na Terra, incluindo o aspecto financeiro.

2. Sentimento de Desobrigação

Muitos acreditam que a permanência do Dízimo no meio religioso é resultado de coação psicológica e doutrinária, utilizada por muitos que pretendem, com esforço mínimo, utilizando o rótulo de “líder espiritual”, ajuntar para si tesouros na terra, a exemplo de alguns “renomados sacerdotes” que conhecemos pelo mundo afora.

Outros utilizam a própria Bíblia para “desobrigarem-se” da ordenança do dízimo, enfatizando que o dízimo foi instituída única e exclusivamente para o povo judeu, pois o tempo da Lei foi substituído pelo da Graça, onde não devemos temermos o “devorador” nem a situação de estarmos “roubando” a Deus, retendo o dízimo.

Além disso, “não há um só versículo no Novo Testamento, que registre a obrigatoriedade do cristão dizimar” ( Luciana R. A. Viana ).

3. Desconfiança nos Administradores Dizimais

A nossa obrigação como cristãos fiéis a Deus, é a de entregar os dízimos na Casa do Tesouro. No entanto, se os dízimos e ofertas não são bem administrados pelas lideranças da Igreja, eles serão responsabilizados e prestarão contas a Deus.

Não deve se tornar um motivo da não entrega do dízimo, a desconfiança dos líderes da Igreja, pois a sua parte é entregar os seus dízimos sem “roubar” a Deus.

É de suma importância ressaltarmos que os nossos dízimos não são entregues à Igreja em si, mas ao próprio Deus, caracterizando um ato de adoração e fé.

O Pastor Arival Dias Cassimiro ressalta que “o dízimo não é uma contribuição sindical, uma taxa por serviços prestados ou um imposto”, mas um ato de fidelidade a Deus.

4. Propositalmente

Dentro de nossas igrejas já muitos que por diversos motivos não aceitam a idéia de reservar uma parte dos seus rendimentos para o Senhor.

Alguns argumental das mais variadas formas.

  1. “Deus de nada necessita, pois ele é dono de tudo.”
  2. “Deus não é servido por mãos humanas.”
  3. “Pagar dízimo é o mesmo que as indulgências da Antiga Igreja Romana.”
  4. “Não vou encher barriga de pastor!”
  5. “Ganho pouco e sou pobre.”
  6. “Não sobra para o dízimo.”
  7. “Tenho despesas que não podem ser adiadas.”


5. Refutações às Afirmações do Item 4

  1. Deus é dono de tudo – da prata e do ouro – por isso ele precisa que demonstremos para nós mesmos o quanto somos fiéis a Ele e o quanto seremos fiéis quando eles “derramar uma benção sem medidas”. Isso ocorre através dos dízimos. Leia Mt 25.15.
  2. As indulgências eram como requisitos para conseguir a salvação. O dízimo é requisito para quem é salvo. Leia Tg 2.17.
  3. Os próprios evangelhos enfatizam que quem prega o Evangelho, que viva do Evangelho, ou seja, sustentados pela comunidade evangélica – a Igreja.
  4. Em nenhum momento a Bíblia exige que entreguemos nossos dízimos baseados em valores exorbitantes que não temos condição de pagarmos. A orientação em toda a Escritura Sagrada, é que sejam, proporcionalmente ao que recebemos. No entanto, Paulo nos dá um recado bem objetivo. “E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará” ( 1 Co 9.6 ).
  5. Em toda a Bíblia não encontramos nenhuma referência aos dízimos, nos orientando a darmos as sobras de nossas rendas à Deus, como dízimo. Mas, somos orientados a entregarmos das primícias. Leia Gn 4.4; Ex 23.19; Lv 2.12.
  6. O dízimo, para quem tem fé e prima pela fidelidade a Deus, é uma questão de bênçãos derramadas sobre sua “tenda”, onde ele suprirá todas as nossas necessidades, pois sabe do que precisamos.

Não sejamos infiéis; não roubemos a Deus; não encolhamos a nossa mão. Deus tudo vê e tudo sabe.

O dízimo é uma forma de demonstrar gratidão pelas bençãos, fé na provisão divina e esperança nas suas promessas.

* Trabalho apresentado à disciplina de Metodologia Científica, do Curso de Bacharel em Teologia



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